A pandemia dizimou empregos na indústria calçadista no país e, particularmente, no Estado. Os dados de fechamento de postos de trabalho no segmento entre março e maio foram assustadores.
Em junho, o número de demissões caiu, e, em agosto, o saldo de emprego nas indústrias gaúchas do segmento passou a ser positivo, e até outubro já foram criadas 5.235 vagas no Rio Grande do Sul (veja tabela abaixo).
O relatório Inteligência de Mercado, elaborado pela Abicalçados com dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), mostra que a retomada das contratações ainda está longe de alcançar o número de desligamentos, que atingiu 20.615 pessoas entre março e julho. Mas, ao menos, estancou a sangria em um segmento intensivo em mão de obra.
Contados os saldos positivos de janeiro e fevereiro, ainda há uma redução total de 10 mil vagas no acumulado do ano até outubro. É a pior situação entre os Estados produtores de calçados no Brasil. Os que têm saldos positivos nos primeiros 10 meses do ano são Ceará (2.269 vagas), Paraíba (887), Paraná (756) e Sergipe (21). Em São Paulo, onde também há um grande polo no segmento, a destruição de vagas se limita a 4.932 no período.
A previsão da Abicalçados é otimista para 2021. Em todo o país, estima aumentar o faturamento em 19%. No entanto, a entidade reconhece que o segmento só alcançará o nível pré-pandemia em 2022, porque a queda neste ano deve atingir 25%.
Saldo entre contratações e demissões no setor
Janeiro 2.531
Fevereiro 2.694
Março -3.312
Abril -9.640
Maio -5.475
Junho -1.824
Julho -364
Agosto 337
Setembro 2.791
Outubro 2.107
Fonte: Abicalçados/Caged