Nascida para desenvolver máquinas e produtos para indústria, a startup gaúcha D2G identificou uma lacuna e passou a oferecer serviços que utilizam inteligência artificial, machine learning e big data a agências de publicidade.
Os engenheiros Diego Trindade e Gregory Gusberti, sócios do negócio, decidiram unir engenharia e comunicação e foram parar até no Sambódromo.
Há cerca de quatro anos, a startup desenvolve serviços que utilizam, entre outas tecnologias, inteligência artificial, machine learning e big data customizados para agências de publicidade.
– Para levar nossa tecnologia para o ecossistema publicitário, batemos, literalmente, na porta das agências para nos apresentar. Muitas empresas ainda não se deram conta de que os projetos são cada vez mais complexos e exigem especializações – afirma Diego Trindade.
A startup oferece sistemas de medição de performance por meio de inteligência de dados. Com dispositivos instalados em pontos estratégicos, é possível contabilizar, por exemplo, quantas pessoas foram impactadas por banners e cartazes em bancas de jornais. Esse tipo de equipamento está instalados em todos os pontos de mídia externa da agência de marketing Sinergy em Porto Alegre, Gramado, Florianópolis (SC) e Curitiba (PR).
A startup também oferece uma versão avançada de reconhecimento facial para identificar o nível de atenção dos consumidores em vitrines e dentro de lojas, que pode cruzar com dados internos para saber quanto foi convertido em venda. Desenvolve ainda projetos especiais, como o Pet-commerce, para a rede Petz. A ideia é permitir que cachorros façam compras...
Certo, a coluna explica: por meio de inteligência artificial, um sistema identifica expressões dos cães ao ver sites ou aplicativos e avalia a aceitação dos animais aos produtos. O projeto foi vencedor do Leão de Ouro do Festival de Publicidade de Cannes em 2019. A carteira de clientes da D2G tem empresas como Nissan, Itaú, Skol, Chevrolet e McDonalds.
Em 2018, a startup foi desafiada pela escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel a desenvolver a reprodução de uma bobina de Tesla (espécie de transformador elétrico), com 2 milhões de volts.
— O Gregory fez uma das maiores bobinas de Tesla da América Latina. Costumo dizer que ele só fez faculdade por causa do diploma, o talento para engenharia sempre teve. Fomos procurados pela escola para desenvolver a bobina que soltasse raios do tridente do deus hindu Indra. Foram meses de estudos, com bastante segurança. A escola havia contatado uma empresa do Exterior, que se recusou a desenvolver o projeto por ser muito complexo.
Os primeiros meses da pandemia afetaram o negócio, admite Trindade. Aos poucos, a demanda foi voltando aos patamares pré-pandemia. Há três meses, a startup registrou crescimento no número de pedidos. Com sede em Porto Alegre, a D2G Tecnologia tem equipe fixa de apenas cinco pessoas e contrata profissionais para desenvolver projetos específicos.
* Colaborou Camila Silva