A primeira oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da Melnick – a partir de agora, a empresa volta ao nome original – foi concluída nesta segunda-feira (28) na bolsa de valores. A construtora gaúcha obteve R$ 713,8 milhões com a venda de cerca 35% do total de seus papéis.
Com esse reforço no capital, o plano da empresa é expandir suas atividades para toda a Região Sul e, claro, reforçar sua atividade no Rio Grande do Sul, onde pretende acentuar a compra de terrenos, disse à coluna Leandro Melnick, presidente do conselho de administração da empresa gaúcha e CEO da Even, com sede em São Paulo.
Quando, anos atrás, a Even comprou uma fatia da construtora gaúcha, a marca mudou. Depois, a família e um grupo de investidores assumiram o controle da empresa paulistas. Agora, volta a ter apenas o sobrenome da família que a criou. Segundo o empresário, nada muda no controle da Melnick. Mas reconhece:
– Não se faz IPO para não crescer.
Embora o valor das ações da Melnick tenha sido o mínimo previsto na banda de variação estabelecida na abertura de capital, Leandro considerou o resultado "muito bom", porque em outros três IPOs de empresas do setor feitos neste mês, o valor final ficou abaixo do piso da banda. Segundo ele, não foi difícil "vender" a empresa, mas foi preciso dar muitas explicações sobre o Rio Grande do Sul. Durante o processo, há reuniões com potenciais interessados para tirar dúvidas:
– Cerca de 70% do tempo não era para explicar a Melnick, mas o Estado. Inclusive investidores americanos, que entraram (compraram ações) tinha uma visão muito negativa do Rio Grande do Sul, muitas vezes não correta. Temos problemas no setor público, mas uma economia privada até com certa pujança. Foi muito gratificante poder esclarecer.
Segundo o presidente do conselho da Melnick, em junho, em plena pandemia, a empresa teve o melhor mês de vendas de toda sua história. A coluna quis dupla confirmação:
– Sim, foi a maior venda mensal desde que a empresa existe. Desde maio, o mercado vem apresentando dados impressionantes. É uma reação surpreendentemente positiva. As vendas estão mais rápidas e até mais caras. Tínhamos essa tese de que, com juro baixo, o mercado imobiliário teria um bom ciclo, agora vemos isso na prática. E com compras digitais, que são mais comuns para tênis do que para apartamento.