O negócio que nasceu para administrar os bens da família da gaúcha Carolina Giovanella cresceu 300% nos últimos 18 meses e agora se prepara para adquirir outras empresas.
A gestora de recursos Portofino foi criada em São Paulo, mas tem 35% de seus clientes no Estado, diz sua sócia majoritária.
Carolina relatou à coluna que a empresa nasceu de sua inquietação na relação com bancos e corretoras ao definir o destino dos recursos familiares.
– Faltava transparência, nunca conseguia entender o interesse de quem prometia 'assessoria sem custo', e para outros, o cliente parecia ser o menos importante da relação. Os modelos nunca estavam alinhados aos nossos interesses.
No final de 2011, nascia a Portofino, com objetivo de oferecer a outras famílias e empresas outra forma de gerir o patrimônio, que inclui planejamento tributário. Carolina conta que obteve a licença de gestora sem "muita pretensão", estudou para onde o mercado estava indo no Exterior e percebeu o espaço que havia no Brasil para o que é chamado de "multi family office".
Nesse modelo, a gestora identifica as necessidades do cliente e faz um contrato em que é remunerada por um percentual sobre o patrimônio ou por uma taxa sobre os resultados. No caso da Portofino, o valor mínimo é de R$ 1 milhão. Segundo Carolina, o valor é "baixo", inclusive porque bancos internacionais compraram quase todas as grandes gestoras nacionais do segmento, onde a média é de R$ 10 milhões por cliente.
Com a queda do juro básico ao mínimo histórico e a procura por outras formas de aplicação, o plano da empresária é expandir os negócios. Atualmente, tem R$ 5,2 bilhões sob sua gestão, 35% desse total do Rio Grande do Sul. Um dos instrumentos para esse crescimento serão aquisições, ou seja, a Portofino quer ser uma consolidadora do segmento:
– A meta é fechar este ano com R$ 7 bilhões sob gestão, chegar a R$ 15 bilhões em 2021, ser um agente consolidador de family offices. Estamos planejando um IPO (abertura de capital) em 2022, para nos tornarmos o maior do Brasil no segmento.