O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
A possível venda da Braskem voltou ao centro de debates. Isso ocorreu porque, no início desta semana, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que espera revisar em seis meses o acordo de acionistas com a Odebrecht. As duas empresas são sócias da Braskem, que opera no polo petroquímico de Triunfo.
O acerto é necessário para que a venda avance – ações preferenciais seriam convertidas em papéis com direito a voto em assembleias. Assim, a Petrobras conseguiria negociar, no mercado financeiro, sua participação na companhia. No ano passado, a holandesa LyondellBasell sinalizou a compra da parcela da Odebrecht, mas acabou desistindo do negócio.
Com a turbulência enfrentada por petroquímicas em razão do coronavírus, buscar a venda no mercado financeiro é uma operação inteligente, diz o sócio-fundador da consultoria MaxiQuim, João Luiz Zuñeda. A Petrobras é dona de 47% do capital votante da Braskem.
– Petroquímicas estão ganhando menos dinheiro no mundo neste momento. Contam com menos recursos para comprar outras empresas. Então, tem mais lógica negociar com fundos de investimentos no mercado financeiro. Esses investidores querem colocar dinheiro em uma grande companhia – diz Zuñeda.