Se ainda há dúvidas, depois dos dados do próprio Banco Central (BC) e das pesquisas que apontam que a grande maioria das pequenas e microempresas não conseguem acessar as linhas de crédito oferecidas pelo governo federal, ontem surgiu mais um reforço.
O Indicador de Facilidade de Acesso ao Crédito, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), perdeu 31,8 pontos entre março e abril. Foi a maior queda mensal da série histórica, fazendo com que o indicador atingisse o menor valor desde junho de 2016, apenas 3,1 pontos acima do mínimo, em abril daquele ano.
Conforme Renata de Mello Franco, economista do FGV IBRE responsável pelo levantamento, o resultado de 2016 minou a retomada após a recessão iniciada em 2014. É disso que se trata: a falta de crédito hoje compromete a recuperação de amanhã.
Ontem, por algumas horas, houve expectativa de que uma reunião entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes do Banco Central, do BNDES, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, oferecesse respostas e soluções. Infelizmente, ainda não foi desta vez.
Um dos temas da conversa era o Fundo Garantidor de Operações (FGO), até onde se sabe para a nova linha para pequenas e microempresas chamada Pronampe. Como a dificuldade que essas empresas têm para dar garantias, o objetivo é buscar uma fórmula para estender aval público à linha de R$ 15,9 bilhões. É claro que a situação das contas públicas dos dois países são incomparáveis, mas, a título de referência, a Alemanha colocou 25% do seu PIB para garantir empréstimos. Em grandes números, são US$ 1 trilhão. Aqui, estamos parados à espera de uma solução para pouco mais de 1% disso.
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