Um dos segmentos mais afetados pela crise do coronavírus nos negócios, o de pequenas e microempresas, está sendo monitorado por pesquisas semanais do Sebrae-RS. O primeiro levantamento foi realizado entre 3 e 11 de abril, e o segundo, de 12 a 18. O resultado indica ligeira redução no impacto negativo nos negócios, de 75% na primeira semana, para 71% na segunda. Mais de 70% dos que apontam prejuízos são da indústria e de serviços. Outro bom sinal é o aumento de 16% para 20% no percentual que se considera afetado de forma positiva pelo atual cenário, a maioria no comércio.
Sinal das tentativas de adotar estratégias de sobrevivência, houve aumento de busca de renegociação de dívida com fornecedores de 34% para 47% e concessão de férias aos funcionários, de 22% para 33%. Houve alta entre os que demitiram funcionários, mas em proporção menor, de 13% para 16%.
Ocorreu uma discreta redução no altíssimo percentual dos que tiveram diminuição no faturamento: eram 90% na primeira pesquisa, passaram a 86% na segunda. E a perda permanece forte: mais de 50% para 67% das empresas, como no primeiro levantamento, com maioria na indústria e em serviços. Cresceu, ainda, o grupo que manteve a receita, de 7% para 11%, e se manteve em 3% a proporção dos que conseguiram até ampliá-la. Nesse pequeno grupo, o aumento varia entre 11% e 20%.
Ao responder sobre as expectativas para os próximos 30 dias, 7% falam em encerrar operações, com pouca variação em relação à semana anterior (6%), mas a maioria segue com esperança de se manter no mercado, com aumento considerável de 32% para 38% em sete dias. Também houve discreto avanço, de 3% para 4%, entre os que pretendem até expandir a atuação.
Sobre as principais necessidades, os que precisam de capital de giro subiram de 50% para 55%. Na segunda-feira (20), Caixa e Sebrae anunciaram um linha de crédito de R$ 7,5 bilhões para o segmento, mas o presidente nacional da entidade que representa os pequenos negócios advertiu que não se poderia esperar "milagre". Na grande proporção que cobram alívio tributário, 47% gostariam de isenção de impostos, e 34%, carência para o pagamento.