O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
A aviação civil tenta encontrar formas de atravessar a turbulência causada pelo coronavírus. Neste momento, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) atua em pelo menos duas frentes.
Presidente da entidade, Eduardo Sanovicz afirma que o setor busca, junto ao Ministério da Economia, redução de tributos e tarifas para as companhias. Segundo o dirigente, ao mesmo tempo, há tratativas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para criação de linhas de crédito destinadas a capital de giro. Na sexta-feira, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, relatou que o plano de socorro às aéreas deveria sair em até duas semanas.
– Na aviação, de 1945 para cá, não há parâmetros de uma crise como esta – frisa Sanovicz.
Neste mês, o governo federal já editou uma medida provisória (MP) de suporte ao setor. O projeto inclui prazo estendido para reembolso de passagens e prorrogação do pagamento de outorgas de aeroportos.
No sábado (28), entrou em vigor o plano de malha aérea considerada essencial até abril no país. Anunciada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a iniciativa prevê quantidade mínima de voos para manter o Brasil conectado. Frente ao mesmo período de 2019, a malha é 91,6% menor. Sanovicz entende que, com menos conexões, as companhias terão alívio nas despesas, mas, mesmo assim, "continuarão a queimar milhões de reais todos os dias", já que a procura por voos tende a permanecer baixa.
Conforme a Abear, a aviação civil gera em torno de 80 mil empregos diretos no país. Na semana passada, pilotos e comissários da Gol e da Latam aprovaram plano das empresas que pode ocasionar redução de até 80% nos salários durante a crise provocada pelo coronavírus. A medida foi apresentava como opção para evitar demissões.