Por basear seu modelo de negócios no compartilhamento de espaços e recursos de escritórios, como salas de reunião, as empresas de coworking estão mudando suas rotinas para ajudar na contenção da covid-19. Uma das principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para frear a expansão da pandemia é evitar a aglomeração de pessoas. A WeWork, maior rede de coworking do mundo, que abriu sua unidade em Porto Alegre em dezembro passado, informou à coluna que medidas preventivas foram adotadas na unidade da Avenida Carlos Gomes.
A empresa suspendeu eventos que estavam previstos para a sede. Além disso, intensificou a limpeza dos pontos de contato com mais frequência, como puxadores de portas e botões de elevadores, aumentou o fornecimento de álcool em gel e ofereceu desinfetante para a limpeza de equipamentos internos dos membros.
Só no Brasil, a empresa reúne 21 mil pessoas. Por ter sede nos Estados Unidos, a WeWork segue as orientações do Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC). Em relação a seus colaboradores, a empresa informa que, desde 12 de março, implementou uma política global opcional de home office para funcionários e passou a reduzir a alocação de equipe em suas unidades.
No mercado há 12 anos, a Easy Office tem duas sedes em Porto Alegre. Somados, os dois espaços abrigam 350 empresas, e têm circulação média de 150 pessoas por dia. Segundo a sócia do escritório Fernanda Altmayer, o cuidado para não disseminar a pandemia já é sentido no local:
— A maioria das empresas já está cancelando eventos marcados. Muitas pessoas estão buscando seus pertences para trabalhar de casa. Estamos fornecendo álcool gel, principalmente nos ambientes de maior circulação. A maior parte das nossas salas é privada, mas estamos evitando aglomerações — diz.
Com o objetivo de orientar os clientes, a empresa realizará, na noite desta segunda-feira, uma palestra sobre coronavírus e emocional coletivo, ministrada pela farmacêutica e consultora empresarial Luciane Scherer.
Além disso, Fernanda afirma que está acompanhando as orientações da Associação Nacional de Coworkings e Escritórios Virtuais (Ancev), entidade que representa 92 empresas do segmento. A Ancev está recomendando que os associados adotem medidas como: o cancelamento de reservas para salas de reuniões e auditórios; a orientação para que seus clientes realizem home office e que restrinjam os serviços externos, como idas a bancos e outros locais de aglomeração.
Apesar de não ter sido imposto, o home office é uma realidade na sede da FloWork, empresa porto-alegrense que abriga 92 empresas:
— Em média, são cerca de 620 pessoas trabalhando aqui. Hoje, não temos mais de 200. No início da tarde, outros dois clientes informaram que não tem previsão de retornar — afirma o sócio Lourenço Paiva.
Segundo Paiva, o coworking não tem como determinar que os parceiros comerciais optem por permitir que seus colaboradores trabalhem de casa.
— As empresas têm autonomia. O que estamos fazendo é adotar medidas de prevenção, intensificando a limpeza dos espaços, também não estamos compartilhamos louças e talheres — explica.
A FloWork tem cinco funcionários contratados, e cinco funcionários terceirizados, que são responsáveis pela limpeza do espaço. Nos próximos dias, a empresa irá decidir quais medidas vai adotar com a equipe.
A rede global de cafeterias Startbucks, que também funciona como espécie de coworking informal, declarou na sexta-feira (13) que não descarta a possibilidade de fechar as lojas no Canadá e nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (16), a empresa enviou à coluna um comunicado informando que o funcionamento das lojas brasileiros segue normal. Entretanto, a Starbucks está realizando medidas de prevenção contra a pandemia.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 235 casos confirmados de coronavírus
* Colaborou Camila Silva
Quer saber mais sobre o coronavírus? Clique aqui e acompanhe todas as notícias, esclareça dúvidas e confira como se proteger da doença. Para receber boletins por e-mail sobre o assunto — com duas edições diárias —, acesse www.gauchazh.com.br/boletimcoronavirus