A unidade da rede catarinense Havan em Santa Cruz do Sul, que havia gerado 150 empregos, desligou cerca cerca de um terço dos funcionários antes do Carnaval, como a coluna registrou. A inauguração ocorreu há cinco meses, em 21 de setembro de 2019. O sindicato dos comerciários local informou "cerca de" 50 demissões. A empresa admite que ocorreram 30 desligamentos.
Na versão da empresa, entre os que saíram, alguns teriam pedido demissão e outros seriam contratados temporários. A redução de quadro, ainda segundo a assessoria, não teria relação com o desempenho da unidade, como chegou a afirmar à coluna o presidente do sindicato, Afonso Schwengberg. Para checar se a situação de Santa Cruz era excepcional ou não, a coluna fez contato com os sindicatos das demais cidades onde a Havan tem operações no Estado.
Em Caxias do Sul, Santa Maria e Viamão, não há relatos de demissões dessa magnitude. Apenas em Caxias houve relatos de desligamentos, e foram apenas dois. Até o fechamento desta nota, o sindicato de Passo Fundo não havia retornado o contato da coluna. Segundo a vice-presidente do Sindicato dos Comerciários de Caxias do Sul, Evair Fátima Perrone, a empresa registrou apenas duas demissões na cidade entre dezembro e fevereiro:
— A loja abriu no início do ano passado, houve uma redução normal no quadro. Independentemente do modelo de contratação, a Havan costuma fazer a rescisão do contrato via sindicato. Estamos observando com surpresa as demissões em Santa Cruz do Sul.
O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Santa Maria, Rogério Reis, afirmou que a empresa não registrou demissões no município no último mês.
—A situação é normal, mas estamos atentos com o que ocorreu no Vale do Rio Pardo. Até porque desconhecemos o real motivo, o que fomos informados é de que as demissões estariam relacionadas com o desempenho da unidade — explica.
A unidade da rede catarinense em Viamão, que foi inaugurada em dezembro do ano passado, não registrou desligamentos. Na avaliação do presidente do Sindicato dos Comerciários de Viamão e Secretário-Geral da Federação dos Comerciários do RS (Fecosul), Paulo Ferreira, o número elevado de demissões está relacionada ao cenário econômico do Estado:
— Não tenho informações do estudo feito pela empresa para abertura das lojas, mas com a crise em que o Estado, que afeta diretamente o funcionalismo público, é inevitável o prejuízo nas vendas do comércio.
Procurada novamente, a empresa manteve posicionamento e reafirmou que está satisfeita com o desempenho da loja. O investimento na unidade de Santa Cruz do Sul foi de R$ 25 milhões.
* Colaborou Camila Silva