Mal assumiu o comando do Fundo Monetário Internacional (FMI) no lugar de Christine Lagarde, a búlgara Kristalina Georgieva deu um tranco na Argentina. Com a reestruturação parcial da dívida privada anunciada por Maurício Macri no final de agosto, quer rever o acordo de 2018 e tornou incerta a liberação de US$ 5,4 bilhões neste mês.
No Brasil, soou o alerta. No país com baixo estoque de dólares, atraso em desembolsos pode significar falta de pagamento de exportações. Marcos Oderich, diretor da empresa de conservas que leva o nome da família, entrou em contato com dois clientes locais para avaliar a situação. Colheu a impressão de que os grupos varejistas internacionais que compram, por exemplo, milho verde enlatado, não sofrerão forte impacto por ter estrutura de caixa para sobreviver. Mas distribuidores que vendem para o pequeno varejo vão sofrer mais.
– Tem uma nuvem meio escura pairando sobre a cabeça dos argentinos. Esse cenário com o FMI vai complicar um pouco mais – diagnostica.
Se Oderich espera que, por vender alimento barato, enfrentará menor impacto, um segmento com alta exposição à Argentina prevê queda maior do que os 36% já perdidos entre janeiro e agosto. Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira diz já ter recebido relatos de clientes argentinos que pedem aumento do prazo de pagamento já combinado com os fabricantes brasileiros – o máximo tende a ser de 120 dias:
– Sinaliza falta de capacidade para cumprir o combinado. Por cautela, a tendência será reduzir os prazos, o que deve resultar em menos vendas.
Atenção: em breve, você poderá acessar o site e o aplicativo GaúchaZH usando apenas seu e-mail cadastrado ou via Facebook. Não precisará mais usar o nome de usuário. Para saber mais, acesse gauchazh.com/acesso.