Depois de ser cotado a R$ 4,1936 na manhã desta quarta-feira (25), o dólar comercial cedeu ao longo do dia, para fechar em baixa em relação ao dia anterior, a R$ 4,155. No dia em que chegou a ficar a uma fração de centavo do recorde nominal histórico, de R$ 4,1957, a moeda americana recuou graças à recuperação da bolsa de Nova York e a sinais de menor tensão na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Até o resultado nacional de criação de empregos formais, retratada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foi citado por analistas como possível calmante para o câmbio, diante da falta de outras evidências.
Pela manhã, quando o câmbio subia no Brasil, as bolsas europeias fecharam quase todas em baixa, em reação atrasada à abertura do inquérito de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela Câmara dos Deputados. A maior referência para a bolsa no Brasil, a de Nova York, teve alta de 0,6%, recuperando perdas do dia anterior.
Além das inquietações sobre o futuro de Trump, pela manhã havia preocupação com a demora na tramitação da reforma da Previdência no Senado, que até a semana passada era vista apenas como ajuste no cronograma, começa a mudar de figura do ponto de vista do mercado. Cogita-se da possibilidade de impasse na negociação de emendas, retaliação à ação da Polícia Federal que atingiu o líder do governo, senador Fernando Bezerra (MDB-PE). Tanto ruído abre espaço para especulação.
O Real passou a performar melhor após às 15h de hoje, após ficar boa parte do dia perdendo com relação ao dólar (ver post anterior). Poucas moedas registraram essa "virada" hoje ao longo do dia: além do Real (BRL), o peso colombiano (Cop), o dólar de Hong Kong (HKD) e a Lira turca (TRL) estão operando no terreno positivo no final da tarde de hoje (horário de Brasília).
No caso do Real, tivemos algumas notícias positivas da economia como a criação de vagas de trabalho (Caged) e a aceleração no ritmo de concessão de crédito bancário, ambas referentes à agosto.
No caso especifico do Caged, os dados ajustados sazonalmente mostram criação de postos de trabalho num ritmo de 600 mil/ ano, dados que podem ser considerados "bons" na atual conjuntura, mas que na verdade, convenhamos, são extremamente medíocres (não são suficientes nem para manter a taxa de desemprego estável no ano).