Ao anunciar a venda de ações da BR Distribuidora, a Petrobras repassa à iniciativa privada o controle da maior companhia de distribuição de combustíveis do país. A negociação de 30% dos papéis da subsidiária, no valor de R$ 8,6 bilhões, representa um dos principais capítulos do programa de desinvestimentos desenhado pela estatal.
Isso quer dizer que, daqui para frente, a Petrobras deseja manter o foco na exploração de petróleo, deixando em segundo plano segmentos como o de distribuição, apesar dos recentes resultados da BR. Em 2018, a subsidiária teve lucro de R$ 3,2 bilhões.
Com a venda de ações, a estatal reduziu sua participação na distribuidora a 41,25%. Ou seja, confirmou a privatização, já que deixou de ser acionista majoritária.
O mercado financeiro comemorou o anúncio. Nesta quarta-feira (24), as ações da distribuidora subiram 1,19% na bolsa de valores de São Paulo.
Para o sócio-fundador da consultoria MaxiQuim, João Luiz Zuñeda, a chegada de investidores privados pode melhorar a governança da BR. A identidade dos compradores ainda não é conhecida.
– Bancos e fundos devem estar entre os investidores. A compra é uma aposta do setor financeiro – pontua Zuñeda.
Hoje, a BR está presente em todos os Estados do país, com fatia de 27,4% do mercado. No Rio Grande do Sul, a distribuidora também é líder no setor, mas tem maior concorrência da Ipiranga do que no restante do Brasil, diz João Carlos Dal’Aqua, presidente do Sulpetro, que representa os postos de combustíveis gaúchos. Segundo ele, os efeitos da privatização para os consumidores são incertos:
– A entrada de investidores privados é importante para oxigenar o mercado. O momento é de expectativa. Inicialmente, não deve haver grande alteração nos preços, mas é preciso aguardar para saber o que virá depois.