Espécie de evangelista do acordo União Europeia-Mercosul, o consultor Frederico Behrends voltou otimista de reunião técnica em Brasília que começou a desdobrar os impactos na indústria brasileira. Apesar de ainda faltar detalhamento, Behrends avalia que não haverá surpresas desagradáveis nas especificações do tratado que deve entrar em vigor dentro de três ou quatro anos:
– Está tudo acertado, não tem volta, não tem interferência.
O consultor deve começar na próxima semana um roteiro de palestras pelos principais segmentos industriais gaúchos impactados pela redução do imposto de importação de produtos europeus e dos fabricados no Mercosul.
O diagnóstico permanece o mesmo dos primeiros dias depois do anúncio: no Estado, móveis e calçados serão os segmentos mais beneficiados, enquanto vinhos e lácteos estão entre os mais desafiados. Heitor Klein, presidente da Abicalçados, relatou ter ficado sabendo detalhes da regra de origem por seus colegas europeus e avalia que a exigência de 60% de produto local para um calçado ser considerado europeu reduz o risco de triangulação que as fábricas brasileiras temiam.