As regras anunciadas na sexta-feira pela Petrobras para a venda de 100% da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas, tendem a provocar maior disputa pela unidade. No modelo anterior, que oferecia 60% a dupla Refap e Repar (de Araucária), a receita líquida mínima exigida era de US$ 5 bilhões. Agora, para 100% da Refap, a régua encolheu para US$ 3 bilhões, no caso de empresas de óleo e gás. O piso para investidores financeiros foi mantido em de US$ 1 bilhão em ativos sob gestão ou controle.
– Reduzindo o valor, podem entrar empresas menores, brasileiras, com ajuda de fundos internacionais – avalia João Luiz Zuñeda, especialista no setor.
Além de gigantes como Cosan (dona das bandeiras Esso e Shell no Brasil) e Ultra (Ipiranga), que têm grandes fatias de distribuição de combustíveis mas não estão no refino, distribuidoras médias com aportes de grupos internacionais estariam no páreo, como a gaúcha RodOil, que foi reforçada pela holandesa Vitol, e a Alesat, comprada pela anglo-suíça Glencore, de mineração. A Ultra, na verdade, tem um terço da Refinaria Riograndense, de Rio Grande (os dois outros são de Petrobras e Braskem), mas a capacidade da instalação é tão pequena que não deve criar barreiras regulatórias caso o grupo tenha interesse. A Ultra comprou a rede de postos Ipiranga, que pertencia a cinco famílias gaúchas, em 2007. Mesmo passados 12 anos, o grupo ainda tem fortes conexões com o Rio Grande do Sul, e poderia integrar a unidade de Rio Grande à de Canoas.