Embora a Braskem, dona do polo petroquímico de Triunfo, tenha ficado fora do pedido de recuperação judicial (RJ) da Odebrecht, o controle da companhia pode estar em jogo durante a discussão sobre o plano de recuperação, avalia o especialista em processos de RJ Rodrigo Tellechea:
– Haverá discussão sobre mudança de controle nos próximos meses.
Depois da desistência da compra da Braskem pela multinacional LyondellBasell, havia muita especulação sobre o futuro da petroquímica, que tende a aumentar ao longo do processo de preparação do plano e posterior discussão dos termos. Tellechea detalha que, como a empresa é saudável, lucrativa e tem operações em vários países, será disputada pelos bancos credores da Odebrecht como um ativo importante para a redução do passivo total da empresa.
– A Braskem entrou com pedido liminar para que os bancos não possam consolidar fatias da empresa em troca de parte das dívidas de forma automática. A legislação permite, em caso de descumprimento de compromissos, que os credores peçam a titularidade das ações. Essa é a argumentação. A Justiça concedeu
a liminar, mas deve haver recurso. Vai vir muita briga por aí para determinar o rumo da Braskem, e isso vai ocorrer muito antes da apresentação do plano, para o que a empresa
tem prazo de 60 dias a partir da aceitação do pedido de recuperação judicial – afirma o especialista.
Na terça-feira (19), a Braskem chegou a emitir um fato relevante para esclarecer sobre o seu controle acionário, tal a magnitude que assumiu o debate sobre seu futuro.