Dos três grandes setores da economia, com agropecuária e comércio/serviços, a indústria é a mais afetada pelo agravamento da crise econômica. Nas fábricas brasileiras, a recessão já chegou: foram negativos o último trimestre de 2018 e o primeiro deste ano. Por isso, não surpreende que o humor também piore. O Índice de Confiança Industrial calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) em maio mostrou recuo de 0,7 ponto. Em relação a fevereiro, a queda já chega a 1,8 pontos.
– As expectativas da indústria retratam agora um empresariado ligeiramente pessimista em relação aos próximos meses. No desempenho, há sinais dúbios. Após meses andando de lado, a utilização da capacidade voltou a subir, mas houve acúmulo de estoques indesejados – observa Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas Públicas da FGV Ibre.
A confiança caiu em 10 dos 19 segmentos pesquisados em maio. O Índice da Situação Atual permaneceu estável em 98,5 pontos, mas o de Expectativas caiu 1,5 ponto, para 95,9. Mais preocupante é o indicador que mede a perspectiva de contratações do setor nos três meses seguintes: teve o maior recuo, de 3,6 pontos. Foi a principal influência para o resultado negativo do mês. Ainda bem que não há só más notícias: o nível de utilização da capacidade instalada subiu 0,8 ponto percentual ante abril, voltando a 75,3%, como em novembro passado.