Nos últimos 10 meses, a média das previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 vinham declinando, com variações tão discretas – embora contínuas – quando 0,1 ponto percentual, registrada em meados de março. Nesta segunda-feira (22), porém, a divulgação dos resultados da pesquisa feita na quinta-feira passada, último dia útil antes da semana seguinte, veio com quebra abrupta, de 0,24 ponto percentual.
O que ocorreu de diferente, entre uma semana e outra, foi o anúncio do resultado de fevereiro do Indicador de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), que teve queda de 0,73%, quase o dobro da média das estimativas.
Embora a economia brasileira tenha problemas estruturais, como a crônica falta de poupança interna – que não teve grande salto no período de maior crescimento, entre 2000 e 2010 –, portanto de fontes para investimentos, esse comportamento repete o dos últimos dois anos. A confiança sobe, por razões políticas, mas as expectativas não são atendidas, e o que parecia ser enfim um período promissor volta ao ritmo devagar, quase parando, da retomada pós-recessão.
No caso do atual governo, o otimismo em relação à capacidade de articulação murchou diante de sucessivos equívocos ou simples trapalhadas. Ainda dá tempo de salvar o ano. Mas é preciso dedicação.