O sinal negativo era esperado, mas não com tanta profundidade. A queda de 0,73% no Indicador de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro, ante janeiro, foi muito superior à média projetada, que era quase a metade. Assim como o preço do diesel, que está subindo para voltar a valores muito parecidos com os anteriores à greve dos caminhoneiros, o indicador tem uma pouco auspiciosa coincidência com a data: tem a menor pontuação desde maio de 2018 – lembrando que termômetros setoriais só registraram tombos em junho.
Embora a essa altura o apelido “prévia do PIB” tenha sido relativizado, o dado vai pesar nas expectativas dos resultados oficiais do primeiro trimestre, que serão anunciados pelo IBGE em 30 de maio. Já surgiram projeções de queda na geração de riqueza no primeiro trimestre, como a do banco Fibra, que estima recuo de 0,1%. E os primeiros sinais de março não são exatamente revigorantes.
O Indicador Antecedente Composto da Economia Brasileira (Iace), parceria entre Instituto Brasileiro de Economia da FGV e The Conference Board (TCB) recuou 1,3% em março. Dos oito componentes, seis tiveram recuo, com mais intensidade no índice de Expectativa do Consumidor (-9,7%) e do setor de serviços (-4,2%).
– A queda observada em todos os componentes de expectativas do Iace sinaliza que o ritmo de recuperação não deve se acelerar nos próximos meses – observa o pesquisador do FGV Ibre Paulo Picchetti.