A política de preços da Petrobras que acelerou o repasse de variações na cotação internacional dos combustíveis para os preços no Brasil está provocando mudanças nos postos. Pressionados pela maior variação nos custos, que existe controle estrito das despesas, os revendedores estão deixando as redes mais tradicionais, como BR e Ipiranga.
O resultado, por enquanto, é o crescimento dos chamados “bandeira branca”, não associados a grandes distribuidoras. Conforme João Carlos Dal’Aqua, presidente do Sulpetro-RS, a média histórica da proporção dessas unidades independentes no Estado, que oscilava entre 20% e 30%, já alcança 50%.
– A transformação em bandeira branca se acentuou depois da nova política. Todos estão com problema de custo – afirma.
Dal'Aqua ressalta que o grande número de postos sem bandeira, até 2016, era típica das regiões Norte e Nordeste do país, onde havia mais pressão por preços baixos.
Ao aderir às marcas das distribuidoras, o posto se torna uma espécie de franquia. Em alguns casos, paga um percentual do faturamento à distribuidora, em outros até um valor fixo. Além disso, as redes de lojas de conveniência (BR Mania e am/pm) também exigem remuneração. Apesar de reduzir custos, a desvinculação também reduz os controles de qualidade nos postos, que as distribuidoras costumam reforçar.