Pesquisa realizada pelo BTG Pactual com parlamentares indica que a aprovação da reforma da Previdência tem clima favorável. Conforme os dados, 82% dos deputados e 89% dos senadores são favoráveis à mudança, com destaque para o apoio de representantes da Região Sul, que chega a 95% conforme o levantamento.
O assunto começa a se complicar, como sempre, nos detalhes. O apoio à fixação de idade mínima para todos cai para 69% na Câmara. A grande maioria é favorável à definição de faixa etária mínima diferente para homens e mulheres. Entre os deputados, 71% defendem idades diferentes para cada gênero, entre os senadores, 85% –
em linha com o que sinalizado o presidente Jair Bolsonaro.
Outro ponto sensível é o tratamento igual para trabalhadores urbanos e rurais, que tem oposição de 72% na Câmara e 67% no Senado. Pela vontade dos parlamentares, militares têm de estar na proposta: 85% na Câmara e 78% no Senado. A capitalização, como já percebeu o ministro da Economia, Paulo Guedes, é uma incógnita: só 48% de cada casa veria a ideia com bons olhos.
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que a intenção do governo é apresentar proposta final de reforma até 21 de fevereiro. A tendência é de que Bolsonaro recebe dois ou três projetos e escolha entre eles. Conforme o ministro da Economia, Paulo Guedes, essa apresentação poderá ser feita até no hospital Albert Einsten, onde segue internado sem previsão certa de alta.
O desafio da reforma não é simples: passa pela conciliação das divergências internas no governo, pelo equilíbrio entre a ambição do ministro Paulo Guedes e a moderação de Bolsonaro e pela capacidade de apresentar uma proposta palatável ao Congresso.