Enquanto os brasileiros esperam sinais de uma nova tentativa de reforma tributária, animados pela crítica do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao tamanho da carga tributária nacional, saiu o ranking do peso dos impostos nos países ricos. O levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), espécie de clube de nações desenvolvidas do qual o Brasil não faz parte, listou as maiores proporções em relação ao PIB entre os sócios. Exatamente por não ser integrante, o Brasil não entrou.
Mas o dado divulgado pela Receita Federal para 2017,
de 30,6% – considerado subdimensionado por outros indicadores – colocaria a carga tributária nacional em
12ª posição, descontada a inclusão da média da OCDE (34,9%) no gráfico acima.
Para comparar, pela metodologia da OCDE, a proporção dos Estados Unidos seria de 27,1%, enquanto dois raros países latino-americanos do clube, Chile (20,2%) e México (16,2%) bem distantes na comparação.
Em seu discurso na transmissão de cargo, Guedes afirmou que o peso dos impostos na economia brasileira é insustentável e sugeriu que, na sua visão, o limite para a relação entre o volume da cobrança de tributos e o PIB seria ao redor de 20%. Como a expectativa da equipe econômica é aprovar a reforma da Previdência ainda no primeiro semestre, o secretário da Receita, Marcos Cintra, já prepara a proposta, que gerou um dos primeiros desentendimentos no novo governo.