Se não surgir no Brasil ou no Exterior uma notícia capaz de azedar o humor dos investidores, o índice Ibovespa tem grande chances de atingir, na próxima semana, os simbólicos 100 mil pontos. Nesta sexta-feira, por ser aniversário da cidade de São Paulo, não há pregão. Nesta quinta-feira, a bolsa bateu mais um recorde, o 11º no ano em 17 sessões. Fechou aos 97.677 pontos, com alta de 1,16%. Agora, resta um avanço de apenas 2,5% para alcançar o número mágico.
A economia real patina, o governo volta e meia bate cabeça, cresce pressão sobre o filho senador do presidente Jair Bolsonaro para explicar movimentações financeiras e há risco de uma recessão estar se aproximando nos Estados Unidos, que também estão em guerra comercial com a China. Mas nada suplanta o entusiasmo do mercado alimentado pela perspectiva de sair a reforma da Previdência. Ao mesmo tempo, empolgam algumas ideias do ministro da Economia, Paulo Guedes, como a de reduzir impostos de empresas.
O número emblemático dos 100 mil pontos, justa razão para alarido, pode estimular mais pessoas a buscarem investimento em renda variável. O movimento acentuou-se no ano passado. Ao final de 2018, a B3 contabilizou 813,2 mil pessoas físicas aplicando em ações, crescimento de 31% sobre 2017. No curto prazo, porém, é um momento de cautela. No mercado financeiro, os preços costumam subir no boato e cair no fato. Assim, é bem possível que, ao chegar lá, os tubarões resolvam colocar o lucro no bolso, forçando uma correção na bolsa.
Mas, no longo prazo, há grande espaço para o mercado acionário subir. Os investidores estrangeiros, por exemplo, costumam olhar a bolsa brasileira dolarizada, observando o índice EWZ, negociado em Nova York. Para chegar ao nível de 2008, é preciso subir mais de 100%.