Enquanto o varejo como um todo no país ainda patina, o e-commerce não para de aumentar as suas vendas, como mostram os resultados da black friday. Foram R$ 2,6 bilhões de faturamento, 23% acima do ano passado, indica o monitoramento da Ebit|Nielsen, referência em informações sobre o comércio eletrônico brasileiro. A projeção era de crescimento de 15%.
Apesar de a data-símbolo da promoção ser a sexta-feira, os indicadores também levam em consideração a quinta-feira. Refletem, portanto, 48 horas de comportamento do consumidor. E, em um recorte por dia, foi a quinta que mais cresceu: 42% sobre o mesmo dia de 2017, apesar de o maior volume de vendas ser na sexta.
A líder comercial da Ebit|Nielsen, Ana Szasz, aponta algumas razões para o desempenho além do esperado. Em primeiro lugar, uma concentração maior das promoções na semana e nos dias próximos à black friday, e não no mês todo de novembro. Pelo lado da população, também havia uma propensão maior de ir às compras, já detectada. Jogaram ainda a favor o aumento da conectividade no país — muita pesquisa é feita em dispositivos móveis, para depois a compra ser confirmada no desktop — e a maior confiança no próprio e-commerce brasileiro.
— Os varejistas também se prepararam melhor, com estoques e tecnologia para suportar o movimento grande — avalia Ana.
O número de pedidos subiu 13%, para 4,27 milhões, enquanto o tíquete médio foi 8% maior, chegando a R$ 608. A quantidade de consumidores únicos cresceu 9% em relação ao ano anterior, para 2,41 milhões, o que mostra maior adesão ao e-commerce e a black friday como porta de entrada do comércio eletrônico.
Ainda será feita uma pesquisa detalhada para verificar antecipação das compras para o Natal, mas Ana observa que, em regra, a promoção é usada para aquisição de artigos para uso próprio, pela oportunidade de preço, e não para presentear.