Dona de mais de 28 rótulos de cerveja, que vão desde cervejas artesanais até as mais comerciais, a Ambev tem tentado fazer com que as marcas "não se esbarrem", revela Maria Fernanda Albuquerque, diretora de marketing da Skol, líder em vendas. A executiva, que vai participar do Ahead, evento promovido pelo Grupo RBS na próxima terça-feira, falou com a coluna também sobre o posicionamento da marca em seus comerciais, em que o respeito é a principal bandeira. Desde que entrou na cervejaria, Mafê, como é chamada na empresa, já respondeu por marcas como Serramalte, Bohemia, Original e Antarctica.
Mercado competitivo
"A Skol está sempre muito focada no consumidor. É uma marca super democrática, leve, jovem e muito inovadora. Tudo que a gente faz está ligado a esses três pilares. A concorrência traz ainda mais beleza para essa história toda, porque são marcas incríveis, que estão sempre puxando tudo para frente e faz com que a gente cresça também. É uma questão de estar muito mais focado no nosso consumidor do que em competidores e questões do gênero."
Canibalização
"Aqui na Ambev, a gente posiciona as marcas por meio de valores e, a princípio, é de que não se esbarrem. É óbvio que existe cabanalização entre elas. Mas o princípio é de que todos os nichos do mercado sejam atendidos por uma de nossas marcas. O princípio de ter um portfólio com tantas marcas é uma fortaleza, o que faz com que cada marca tenha um papel claro e específico e não precise ficar olhando para o todo."
Outro olhar
"Na verdade, a Skol se manteve no que sempre foi, o que mudou foi o contexto. A Skol sempre foi de quebrar regra, provocar o tradicional, o padrão. Hoje, são importantes para a sociedade questões que a Skol levantou, como a de gênero. Foi bacana abraçar esses pontos e fazer com que eles ficassem ainda maiores, em dar voz. A Ambev passou por grandes mudanças estruturais nos últimos cinco anos. Avaliamos que fazia sentido andar na direção da diversidade. O primeiro passo foi olhar para dentro para saber qual é o número de mulheres, qual a quantidade de negros e de pessoas LGBT, qual é a quantidade na liderança. Com isso, tivemos um trabalho enorme para aumentar o número de mulheres e negros, para levar à liderança, para que as pessoas possam se assumir se forem LGBT, para que se tenha um ambiente de respeito. Foi um trabalho gigante, ao ponto de a Skol poder levar qualquer uma dessas histórias para o mercado. Ainda não está resolvido, mas está andando."
Mulheres
"A Skol sempre foi consumida por homens e mulheres. Mudando o papel das mulheres nos comerciais, temos consumidores com uma relação mais empática, fiel e estreita. A bandeira da marca é respeito, e sobre isso a maior parte da sociedade concorda, independentemente de qualquer crença. Somos uma marca que quer colocar todo mundo para conversar. Queremos todo mundo na roda, queremos abrir, não fechar."
*Com Anderson Mello