Depois de cinco anos – incluído 2018 – de déficits sucessivos, a dívida pública brasileira se tornou o maior foco de preocupação de economistas no país e no Exterior. Desde 2014, o Brasil precisou emitir dívida para cobrir resultados negativos acumulados de R$ 606 bilhões. Como não consegue bancar todas as pesadas despesas públicas com o que arrecada em tributos, o governo acaba obrigado a emitir mais títulos, que representam aumento do endividamento.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a dívida pública bruta cresceu mais de 20 pontos percentuais entre 2014 e 2017, ainda sem incluir o resultado negativo deste ano. Esse aumento drástico fez o país perder a avaliação de bom pagador – nota de risco em grau de investimento. Isso significa que, a cada vez que eleva as pendências, tem de pagar mais caro. Do total, menos de 5% é divida externa. Os credores mais numerosos são brasileiros com aplicações em renda fixa, uma forma de financiar o governo.
Jair Bolsonaro (PSL)
Coordenador econômico, Paulo Guedes quer zerar a dívida com "privatização total". Estimou que obteria R$ 1 trilhão com a venda de estatais, e mais R$ 1 trilhão com a venda de imovéis da União. A dívida federal bruta (sem descontar valores a receber) passa de R$ 5 trilhões. Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil valem, juntas, cerca de R$ 500 bilhões. E Bolsonaro diz não querer vender toda a Petrobras nem o BB.
Fernando Haddad (PT)
O candidato afirma que fará uma auditoria na dívida pública. Isso equivale a dizer que suspeita da legimitidade do valor atual. Para sustentar que tem compromisso fiscal, afirma ter produzido superávits na prefeitura de São Paulo e deixou saldo positivo de R$ 5 bilhões. Anunciou que pretende revogar a regra do teto dos gastos, criada para conter o crescimento da dívida, limitando os déficits.
Ciro Gomes (PDT)
A coordenadação de campanha afirma que fará um controle rigoroso de gastos, mas sem limitar o investimento público com o teto de gastos. Propõe controlar a dívida diminuindo gastos com pessoal e Previdência. Disse também que quer fazer uma auditoria cidadã da dívida. Em seu plano de governo, não há propostas específicas sobre a redução da dívida, fala apenas em ajuste macroeconômico.
Geraldo Alckmin (PSDB)
Em seu plano de governo, enfatiza a estabilidade fiscal para o controle das contas públicas, mas sem aumento de carga tributária. Além disso, afirma que o seu governo fará um "programa de privatizações" e uma desmobilização de ativos imobiliários e participações minoritárias. Em entrevista, o seu coordenador econômico, Persio Arida, diz que vai manter o teto de gastos.
Marina Silva (Rede)
Propõe, em seu plano de governo, um "rígido controle do gasto público", com seu crescimento condicionado ao limite de 50% do aumento do PIB. Diz que pretende zerar o déficit em até dois anos. Também que o governo deve buscar pelo superávit primário, câmbio flutuante e o regime de metas para inflação.