Depois de ter fechado abaixo de R$ 4 no dia anterior, o dólar abriu em alta nesta sexta-feira (28). Chegou a ser cotado a R$ 4,04, perdeu força até as 13h, quando fecha a Ptax, referência um valor que serve de referência para liquidação de contratos. Logo antes do meio-dia, era negociado a R$ 3,992. A força para que a cotação baixasse indica que havia mais "vendidos" (investidores com pagamento relacionado à variação do dólar) do que "comprados". Foi exatamente o contrário do que ocorreu no mês passado, quando a houve alta até perto do horário de fechamento dessa referência.
Pela manhã, interferiu pouco no humor de investidores o estresse na campanha de Jair Bolsonaro (PSL), que suspendeu a agenda do candidato a vice, Hamilton Mourão (PRTB), depois de declarações polêmicas feitas em Uruguaiana.
Tampouco a "esnobada" na tentativa de aproximação que o segundo colocado nas pesquisas, Fernando Haddad (PT) deu na quinta-feira (27) em Porto Alegre. No dia em que vazara um relatório de um grande banco dos EUA, Bank of America Merrill Lynch, mencionando "moderação" do candidato do PT, em ato de campanha em frente ao Mercado Público, Fernando Haddad disse que veio fazer o "aceno ao mercado" que lhe recomendaram.
Embora a maior parte do desarme de posições defensivas tenha sido provocado pelo sinal tranquilizador do banco central dos EUA sobre a trajetória gradual da alta do juro, analistas avaliam que o mercado espera compromisso com reformas de Bolsonaro e uma inclinação ao centro de Haddad. Dólar em alta moderada e bolsa em baixa contida também expressam cautela de investidores e especuladores ante o fato de que os negócios fecharam antes da divulgação da pesquisa com amostragem ampliada do Datafolha, aguardada com expectativa para a noite desta sexta-feira (28).