Em dia de alta oscilação, o dólar comercial fechou em R$ 4,153 nesta terça-feira (4), depois de ter atingido R$ 4,1847 no início das negociações. Renovou a segunda maior cotação desde a existência do real, como havia feito no no dia anterior. O comportamento foi atribuído
à combinação da alta generalizada da moeda americana frente às de países emergentes, reforçada por temores de novos capítulos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, e a expectativa com a divulgação da primeira pesquisa eleitoral do Ibope depois do início do horário de propaganda em rádio e TV. O Banco Central ofereceu US$ 9,8 bilhões em contratos de swap cambial (que representam oferta de dólares no mercado futuro).
Apesar de a oferta ter obtido efeito imediato, com queda de R$ 4,17 para o patamar de R$ 4,14, não teve efeito duradouro. Acabou produzindo movimentos de montanha-russa, com fortes altas seguidas de novas quedas. Para completar o estresse no mercado financeiro, a bolsa de valores teve nova baixa de 1,9%.
No Exterior, um dos focos de estresse foi a divulgação do PIB da África do Sul. E por que essa informação, habitualmente irrelevante, ficou tão importante? Um dos motivos é que o país considerado a "bola da vez" entre os emergentes entrou em recessão, com o segundo trimestre consecutivo de queda na atividade econômica.
Depois dos solavancos provenientes da Turquia e da Argentina, pode ter chegado a hora da turbulência sul-africana. Além disso, a previsão da divulgação da primeira pesquisa "com grife" – bancos de investimento e agências menores já apresentaram levantamentos – provoca nervosismo diante da incerteza que cerca a corrida presidencial.