Depois do susto com o aumento de 13% no diesel e, em consequência, alta média de 5% na tabela de frete, o varejo resolveu fazer contas. A preocupação com o impacto sobre o setor é o foco de estudo técnico realizado por Oscar Frank, economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-PoA).
Frank esclarece que buscou ser conservador nos cálculos, ou seja, projetou com cautela, tendendo para valores menores. Mesmo assim, aponta que, por menor que seja o repasse, causa aumento significativo nas despesa para os estabelecimentos – principalmente para os pequenos, com menos de 20 funcionários, que acabaram nem entrando nos cálculos:
– Por exemplo, se for de 20% o reajuste, o impacto será de R$ 244 milhões (entre junho e dezembro de 2018 para o RS), sem levar em conta estabelecimentos menores, ou seja, é o impacto mínimo.
Equivale a 1,2% de R$ 58,5 bilhões movimentados no setor em 2017. Outro fator que pode aumentar o peso de fretes e carretos é a distância do Estado em relação a grandes centros de distribuição. Os mais atingidos pelo tabelamento, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), são os estabelecimentos de atacado, varejo e comércio automotivo. Segundo Frank, por causa da crise econômica do país, comerciantes estão com baixas margens de lucro, o que faz com que não consigam absorver parte do valor.
— Alguns subsetores, que estejam em situação financeira um pouco melhor, tem a tendência de até não repassar a totalidade para o consumidor para não perder a competitividade — afirma.
Por não ter uma referência de reajuste, já que esse é o primeiro período em que se usa tarifação determinada, para embasar a análise, o economista salienta que é difícil prever o valor que será aplicado pelo governo. A análise foi realizada em cima da Pesquisa Anual do Comércio e da pesquisa Contas Nacionais Trimestrais, ambas do IBGE.