Presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann é um dos participantes do 19º Congresso Internacional da Gestão, que será realizado pelo Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGPQ) na segunda-feira (14). Está fazendo sua parte na mudança da tradicional fabricante de máquinas agrícolas, inclusive com uma decidida política de diversidade e inclusão.
Estilo de gestão
“Atuamos com gestão participativa. Uma grande empresa deve ter a participação de todos. Medimos índice de engajamento, hoje de 86%. A principal ferramenta é a comunicação. As pessoas não querem apenas fazer seu trabalho, querem entender a razão de fazer. Costumo me reunir com funcionários mais de 50 vezes ao ano. A ideia é criar oportunidade de perguntar. Outra ferramenta é simplicidade. Se usa 30 métricas, ninguém sabe qual é importante. Trabalhamos com seis. É fácil de verificar.”
Investimento e aquisição
“Comando a empresa do México para baixo. Confiamos nos mercados em que a John Deere atua. O Brasil é o lugar onde estão a produção de alimentos, a energia do mundo. Na crise, investimos no Brasil entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões ao ano. Anunciamos a compra da Pla, empresa argentina, com fábrica em Canoas. A empresa cresce de forma orgânica, mas nesse caso analisamos quanto tempo levaria para fazer produtos como o deles. Com a aquisição, teremos entrada rápida, tanto em Argentina e Brasil quanto em mercados em que não competimos.”
Sem cotas, com inclusão
“Diminuímos bastante o quadro no auge da crise, mas no final de 2017, voltamos a trazer pessoas. Não chegamos ao nível anterior, mas todas as cinco fabricas no Brasil estão contratando. O pior já passou. O grande desafio é a inclusão. Nas fábricas, temos supervisoras de produção na linha de montagem. São mulheres, com grande sucesso. Estamos abrindo o grupo LGBT. Sou contra cotas. O que queremos, para cada posição, é que haja representação. Se tem vaga de gerente de manufatura e 10 candidatos, não podem ser todos homens, tem de ter todas as representações, cor, sexo, orientação sexual, religião. Se o escolhido for homem, não tem problema. O chão de fábrica ainda é muito machista. É um processo longo, mas temos o papel de ajudar a formar a cidadania.”