No dia em que o Banco Central (BC) fez o segundo leilão de linha (oferta de dólares físicos, com compromisso de recompra), a cotação da moeda americana voltou a subir, desta vez 2,04%, para fechar em R$ 3,875, maior valor desde 7 de junho, quando havia ficado em
R$ 3,9258. Entre os motivos, estão a valorização internacional da divisa frente a outras moedas, além de sinais de saída de capital estrangeiro do país – que não estava sendo registrado até agora. Se na primeira venda de dólares o BC colocou apenas US$ 500 milhões dos US$ 3 bilhões ofertados, a segunda teve procura por US$ 2,45 bilhões, quase o total disponível.
Operadores também apontaram a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de reduzir a meta de inflação de 2021 para 3,75%. Atualmente, é de 4,5%. Ainda há incerteza na interpretação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Enquanto analistas identificaram mensagem clara de que o BC não pensa em elevar o juro básico neste ano, outros consideraram o texto, divulgado na terça-feira (26) vago e sem indicações de próximos passos.
Desde que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) apontou possibilidade de quatro elevações na sua taxa de referência neste ano, o mercado tem pressionado o BC brasileiro a subir o juro por aqui. Um dos argumentos é o de que investir no Brasil, país com risco alto, não é vantajoso com a baixa remuneração oferecida pelo atual nível da Selic.