Depois de dois dias sem atuação do Banco Central (BC), o dólar voltou a subir para R$ 3,877. Não foi uma alta percentual expressiva, limitada a 0,56% – durante a semana, havia chegado a saltar 2% em um dia. Mas reforça a impressão geral dos analistas de que será difícil engatar uma marcha à ré consistente ainda neste ano. Ou seja, o patamar de R$ 3,80 é considerado a "nova casa" do câmbio. Melhor ir se acostumando – e ajustando as contas.
De abril a junho, a moeda americana teve a maior alta trimestral desde 2015. O aumento acumulado no período chega a 17%, um percentual que impacta preços e a inflação. Os indicadores mais sensíveis ao câmbio, como a série dos IGPs da Fundação Getulio Vargas já refletem esse efeito. O IGP-M, referência para reajuste de aluguéis, subiu 1,87% em junho e acumula alta de 6,92% em 12 meses terminados neste mês.
Indicando melhor humor no mercado de capitais, a bolsa subiu 1,39% nesta sexta-feira (29) e fechou a semana com alta acumulada em 3%. A mudança de rumo é baseada sobretudo na relativa suavização da ofensiva comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Depois de ameaçar até uma legítima Made in USA, a fabricante de motos Harley-Davidson, Trump acabou moderando o discurso e indicando que vai negociar com China e União Europeia. Os EUA haviam iniciado uma escalada de sobretaxas e retaliações com esses dois mercados.