Aguardado com ansiedade pelo comércio de vestuário, o frio finalmente chegou ao Estado. Os primeiros dias de baixas temperaturas, porém, ainda não empolgaram no comércio. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital, Alcides Debus, conta que circulou por shoppings de Porto Alegre e estabelecimentos na Região Metropolitana e não notou grande procura por agasalhos.
— Ainda não há incremento nas vendas. O consumidor parece cético em relação ao frio. Ele só vai acreditar daqui a alguns dias, se as baixas temperaturas se consolidarem — diz Debus.
Com a economia na marcha lenta e o mercado de trabalho estagnado, as baixas temperaturas eram a esperança de um movimento maior nas lojas, mas nas últimas semanas os termômetros ainda mostravam marcas acima do esperado para o outono.
A decepção com a estação, conta Debus, já fez com que algumas redes maiores, que se preocupam com a gestão de estoques, fizessem promoções pontuais. Nos últimos anos, o inverno tímido não forçou a renovação do guarda-roupa para os meses mais gelados. A expectativa é de que, caso siga soprando o minuano, o consumidor conclua que precisa de roupas mais pesadas. O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), Paulo Kruse, ressalta o efeito da queda das temperaturas no vestuário infantil.
— As crianças crescem muito de um ano para o outro. Então, os pais só compram quando o frio aparece — observa Kruse.
O dirigente lembra que o desempenho de abril e maio, até agora, ficou abaixo do esperado. A mudança no tempo, porém, renovou a esperança de fechar o mês com números positivos.