A poucas horas do momento em que Mark Zuckerberg vai depor no Comitê de Comércio da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos (House of Representatives), nesta terça-feira (10), um poderoso grupo de acionistas do Facebook decidiu pedir a renúncia do criador da rede social. O pedido foi feito depois de conhecido o rascunho do testemunho de Zuck, em que faria novas confissões de irresponsabilidade, como tem se manifestado desde que explodiu o escândalo da exposição de dados de usuários.
O grupo é liberado por Michael Connor, CEO da Open Mic, que divulgou uma declaração afirmando que "o depoimento preparado por Mark Zuckerberg destaca um simples fato: ele não entende como uma companhia grande, global e aberta é administrada".
Depois da crítica aberta, Connor sugere a linha de atuação: "Ele atualmente tem dois cargos no Facebook, CEO e presidente do conselho. É hora de ele renunciar ao menos a um, se não aos dois títulos". Connor prossegue na pressão afirmando que "passou da hora de o Facebook separar os papéis de CEO e presidente do conselho, e para Mark Zuckerberg renunciar ou ser demitido. Veja
No Brasil, empresas com governança corporativa mais estruturada adotam já há alguns anos a separação dos dois cargos. É inclusive uma exigência para que as empresas possam ser incluídas em um grupo chamado de Novo Mercado na bolsa de valores, que reúne as companhias de capital aberto com as melhores práticas.
Zuckerberg vem assumindo a responsabilidade pelos "erros" que levaram o Facebook a uma grave crise de reputação que levou a perdas financeiras. Desde que estourou o escândalo do uso de dados pela Cambridge Analytica, o valor de mercado da companhia já perdeu cerca de US$ 100 bilhões – quase um sexto do total. Há poucos dias, indagado se sairia do comando, Zuck afirmou que ele assumia total responsabilidade pelos equívocos, e que a única pessoa que poderia ser demitida por conta da crise era ele mesmo.