Depois de fazer dois aportes de US$ 100 milhões cada no ano passado, a chinesa Didi Chuxing adquiriu o controle da 99, empresa brasileira de transporte privado de passageiros que opera a partir de aplicativo. O valor do investimento na compra das fatias de vários fundos que sustentavam o negócio – entre os quais Riverwood Capital e Qualcomm Ventures – não foi divulgado, mas projeções a partir da transação situam o valor da 99 em US$ 1 bilhão.
Isso transforma a brasileira em "unicórnio" – startups que nascem do zero e alcançam esse valor antes de abrir capital (lançar ações no mercado). A expressão é inspirada na raridade desse feito. Em agosto de 2017, estreou em Porto Alegre o serviço Pop da 99. Até então, a empresa operava apenas com táxis. O desembarque foi agressivo, com mais de 5 mil motoristas credenciados, o que já mostrava o apetite da caçula entre as prestadoras desse tipo de serviço.
A compra da 99 pela Didi ocorre no momento em que investimentos chineses no Brasil estão sendo observados com muita atenção, pelo aumento da velocidade e do volume das apostas dos gigantes asiáticos no Brasil. Tem outro sincronismo curioso: a Didi comprou a unidade da Uber na China em setembro de 2016 e, em seguida, recebeu aporte do Alibaba. Como já tinha entre seus investidores a Baidu, tornou-se um ponto de convergência entre as gigantes tecnológicas chinesas.