A pesquisa divulgada na madrugada desta quarta-feira (31) era um fator de tensão para um mercado eufórico. O resultado da consulta sobre preferência eleitoral feita pelo Datafolha veio com poucas novidades e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda à frente. Para surpresa de muitos – a coluna recebeu um e-mail com o seguinte título: "pânico no mercado, Lula ganha em qualquer cenário –, a bolsa sobe mais de 1,5% no final da manhã.
Afinal, o que explica o comportamento de investidores e especuladores do mercado de capitais, que flutuaram com cada palavra e silêncio dos desembargadores do TRF4 no dia do julgamento do ex-presidente? As bolsas europeias estão no positivo, mas por detalhe, e em Nova York opera logo depois do meio-dia com alta moderada, de 0,3%. Por aqui, o Ibovespa chegou a cruzar o patamar de 86 mil pontos por volta de 12h30min.
Se não é o Exterior, então o que anima quem compra e vende ações no Brasil? Analistas e operadores focaram em dois detalhes da pesquisa do Datafolha. O primeiro é o que mostra crescimento de 48% para 53% do contingente que não votaria em qualquer candidato indicado por Lula, o que representa a redução da capacidade de transferência de apoio do ex-presidente. O segundo é a indicação de que a candidatura de Jair Bolsonaro parou de crescer e oscila negativamente em todos os cenários. Então, parece surpreendente mas não é. É o "mercado" reafirmando sua preferência por um candidato de centro.