A cooperativa agrícola gaúcha que já foi a maior da América Latina foi alvo, nesta sexta-feira (26), de uma operação conjunta de Ministério Público e Polícia Civil. Até agora, sabia-se que a outrora poderosa Cotrijuí tinha problemas financeiros. Mas essa organização que já foi um símbolo de prosperidade no Estado enfrenta mais do que problemas de gestão. Conforme o Ministério Público, o que está sob investigação são delitos cometidos “por uma organização criminosa que integra os quadros da cooperativa”.
Somada à dívida crescente da cooperativa, que se multiplicou de R$ 1 bilhão para R$ 1,8 bilhão, a investigação desautoriza expectativas otimistas sobre o futuro da organização e de seus associados. Um misto de má gestão, incúria e cobiça atuou como erva daninha no terreno em que antes se colhiam safras e lucros fartos.
O cooperativismo rural é uma das marcas do Rio Grande do Sul. Tem empresas bem-sucedidas, que replicam nas cidades lições de unir esforços para ampliar ganhos. Faltou blindar as organizações do interior do Estado apetite que corroeu os pilares das empreiteiras. Não é acaso que os problemas sejam simultâneos.