Desde outubro do ano passado, Eugênio Frizzo responde como presidente liquidante da Cotrijui. Ele já fazia parte da direção na gestão de Vanderlei Fragoso, que ficou no comando durante três anos. Na segunda-feira (15), Frizzo conversou com a coluna sobre o atual momento da cooperativa. Confira trechos da entrevista.
Vocês entraram na Justiça para obter liminar. Não houve tentativa de diálogo com o grupo?
Iam invadir, e a Justiça não permitiu. Não houve tentativa de diálogo conosco. Dos líderes, um é associado, mas não ativo, um tem ação trabalhista e outro é ex-funcionário. Não reconhecemos essas pessoas como credenciadas. Estamos dispostos a conversar. Mas temos de manter contato com quem é nosso público.
Há pagamentos atrasados?
Existem. A cooperativa vive crise econômica muito grande. O mecanismo para credores receberem é a penhora bancária. Trabalhamos com fluxo de caixa muito apertado. E isso faz com que o pagamento tenha de ser reprogramado, causando descompasso. Já estamos tomando medidas administrativas. Dentro de um ou dois meses, devemos conseguir colocar no compasso certo. Sabemos o valor, mas preferimos não revelar. É possível de ser pago.
E quanto à negociação indevida de grãos?
Isso não ocorre. No final do ano, fizemos todo levantamento da Cotrijui. Pode até haver diferença entre os estoques constantes e os existentes. Deve-se a descontroles internos e questões de quebras técnicas. Não fizemos venda de produto. Levamos a sério a conferência dos estoques. Há auditoria.
Por que a recuperação está demorando tanto?
É um negócio muito grande. Temos mais de 50 endereços com negócios. O primeiro é em Vista Gaúcha e o último, em Bagé. Havia históricos desajustados da realidade. As anotações contábeis não eram fidedignas. Hoje, estamos em condições de propor negociações. Esperamos ainda neste ano gerar plano de pagamento.