Com liminar obtida na Justiça, a direção da Cotrijui se blindou contra possível ocupação da sede em Ijuí, no Noroeste. O juiz plantonista da comarca da cidade acatou pedido e determinou que três integrantes do movimento – denominado Recuperação da Cotrijui – "abstenham-se de ocupar ou obstruir o acesso de pessoas e produtos". Nem por isso, o grupo promete ficar parado.
Os organizadores marcaram reunião para a tarde, no sindicato rural, em que definirão os próximos passos. Eles aguardavam, no entanto, que as dívidas fossem quitadas até o fim do dia desta segunda-feira (15).
– Se não pagarem, tomaremos a decisão de quando e como vamos fazer a mobilização – diz Edson Burmann, um dos integrantes.
A Cotrijui, que figurou como uma das principais cooperativas do Estado, está desde setembro de 2014 em liquidação voluntária (medida semelhante à recuperação judicial das empresas). Tem dívida estimada em R$ 1,8 bilhão, 6 mil associados ativos e capacidade estática de quase 1 milhão de toneladas.
O processo foi tumultuado desde o início – a assembleia em que se decidiu pela liquidação foi tensa, e o resultado, contestado por parte dos associados. Agora, surge novo movimento que questiona, entre outras coisas, atraso nos pagamentos e venda de grãos depositados sem consentimento dos associados. O fato é que mais de três anos se passaram, e a Cotrijui ainda luta para recuperar a saúde financeira.
Em caso recente de cooperativa que saiu da liquidação, ficou claro que a participação do quadro social é fundamental para a virada de chave.