Pode não ter sido a reação dos sonhos no mercado, mas a leve alta – 0,49% – das ações preferenciais do Banrisul no dia da divulgação do balanço animou a equipe que trabalha na oferta de ações do banco. No terceiro trimestre, além do lucro de R$ 220,5 milhões – alta de 17,5% sobre o período anterior –, há sinais do novo posicionamento.
Ricardo Hingel, diretor financeiro e de relações de mercado do Banrisul, explica que o banco definiu duas prioridades: pequenas e médias empresas, mais do que grandes, e pessoas físicas (PF), mais do que jurídicas (companhias). Com essa estratégia, a carteira de PF cresceu 23% de janeiro a setembro, comparada a igual período de 2016.
É uma escolha que leva em conta, explica Hingel, a melhora no balanço de riscos da instituição. Assim como quase todo o sistema financeiro, o Banrisul amargou perdas provocadas pela crise.
Também como em quase todos os bancos, os prejuízos se concentram em grandes empresas, muitas das quais entraram em processos de recuperação judicial e, portanto, suspenderam os pagamentos a credores – no caso do Banrisul, um dos exemplos é a OAS.
As provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) estão em 8,9% da carteira de crédito. Representa R$ 2,7 bilhões dos R$ 30,5 bilhões em empréstimos. O posicionamento definiu, por exemplo, a mudança da marca estampada nas camisetas da dupla Gre-Nal, de Banrisul para Banricompras.
Hingel não comenta ainda a venda de ações. Segundo o executivo, não há data prevista sequer para publicação do fato relevante sobre a transação e, muito menos, para a concretização. Embora a publicação do balanço abra oficialmente o calendário da oferta, há muitos detalhes a acertar, pondera o diretor.