Uma aceleradora que traz no nome o legado de Adi Dassler, fundador da Adidas, quer investir no Brasil. A leAD (Legacy of Adi Dassler) Sports Accelerator é uma plataforma que se dedica a investir em startups focadas em esportes. Até 2018, pretende capacitar 30 startups em países como Alemanha, Canadá e Estados Unidos. Em 2019, prevê uma etapa no Brasil. Para preparar a jogada, o diretor-gerente da leAD, Christoph Sonnen, já começou um roteiro de reconhecimento que inclui Porto Alegre, onde esteve na semana passada.
Por que o interesse em startups brasileiras?
Bom, nós fazemos o leAD, que é nossa aceleradora de esportes e nosso foco é a paixão por esportes. Acho que não há muitos países que podem dizer que são apaixonados por esportes. No Brasil, a paixão pelo futebol é bem forte, então definitivamente é o lugar certo para compartilhar essa paixão em uma área que está em transição para se tornar mais orientada por tecnologia. Então é um ótimo lugar para se estar.
Que tipo de startups vocês procuram?
As que estão em estágios iniciais, na fase de semente. É aquela etapa depois de ter a ideia, quando estão precisando de financiamento e de incorporação, quando começam a sair da fase em que contam com o dinheiro de amigos e familiares. É nesse momento em que entramos e ajudamos a fazer o projeto crescer.
Em que áreas?
Focamos apenas em tecnologias para esportes. Chamamos de sports-tech. Qualquer iniciativa que tenha a ver com engajamento de fãs, aplicativos de treinamento que buscam melhorar performance, tanto amadora quanto profissional, tudo que podemos ter em termos de tecnologias voltada aos esportes. Engajamento de fãs, tecnologia de estádios, transmissão.
Como será o processo de seleção no Brasil. Será em 2019?
Sim, estamos pensando em 2019. No início de 2018, vamos anunciar e abrir as inscrições para a seleção. Vamos perguntar coisas como 'quais são as ideias?', 'o que a companhia tem feito?', 'o que pode fazer para ajudar na tecnologia esportiva?'.
Quantas startups serão selecionadas no Brasil?
Estamos buscando 20 startups.
Que tipo de suporte a leAD oferece?
Trabalharemos com investimento direto. Estamos propondo absorver 8% de participação no negócio e pagaremos 25 mil euros por essa fatia. Também asseguramos os investimentos de acompanhamento. Então, depois da aceleração, há um programa de três meses, quando as empresas precisam de mais dinheiro. Nesse momento, ajudamos trazendo investidores estratégicos de acordo com o tipo de produto ou serviço. Unimos nomes como Microsoft e Apple para montar uma rede forte com cerca de 100 mentores e daí partimos para o treinamento e o trabalho com as startups.
É sua primeira vez no Brasil?
Não, já vim ao Brasil muitas vezes, mas é a primeira vez que venho a Porto Alegre.