Em rápida passagem na semana passada pela Capital, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, ainda tentou deixar uma mensagem de esperança para os colegas gaúchos do setor. Para o dirigente, ao mesmo tempo em que as fábricas emitem alguns sinais de reação, a conjuntura política não permite projeções seguras. Mas diz notar um certo cansaço dos empresários em aguardar o desfecho da crise crônica em Brasília.
– O que está ocorrendo no país é um descolamento da atividade econômica da atividade política. O empresário não quer e não pode ficar esperando – disse Barbato, esperançoso de que as reformas prometidas pelo governo federal melhorem o ambiente.
O presidente da Abinee lembrou ainda que o segundo semestre costuma ser melhor do que o primeiro. Mas, no Estado, o otimismo parece, ao poucos, se esvair. A mais recente sondagem da regional gaúcha da Abinee mostra uma piora das expectativas dos empresários.
Leia mais:
Após Lava-Jato e crise, grandes empreiteiras perdem quase metade do faturamento
Economista que cunhou a expressão "nova classe média" diz que jovens são as grandes vítimas da crise
Projeções de inflação sobem com o tarifaço
Em janeiro, 73% das empresas da área no Estado esperavam crescimento das vendas este ano, em relação a 2016 (gráfico acima). Em fevereiro, nenhum ouvido acreditava em queda nos negócios. Mas as esperanças de retomada diminuíram. O último dado mostra que menos da metade crê em aumento e o pessimismo chegou ao maior percentual no ano.
*A colunista Marta Sfredo está de férias