No início de março, a coluna ouviu o economista Paulo Picchetti, que projetou PIB positivo já no primeiro trimestre. Avisou que nada estava assegurado, e a virada do sinal não garante o fim da crise. Na segunda-feira, o Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace), coordenado por Picchetti para FGV/Ibre e The Conference Board, apontou alta de 1,9% em março sobre o mês anterior.
Para o economista, a nova elevação do indicador "aponta para uma reversão próxima do atual quadro recessivo". Ficou mais otimista? Ainda não. Alerta que o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE), que mede as condições econômicas atuais, caiu 0,4% no período, reforçando que a reação ainda está sujeita a oscilações.
Leia mais
Piscam sinais de virada no rumo do PIB no primeiro trimestre de 2017
Coelho da Páscoa volta a levantar as orelhas no Brasil
A política volta a nublar a economia
Otimismo cauteloso também marcou projeções do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que falou ontem em sua antiga casa, o Itaú Unibanco. Ilan vê cenário internacional ainda incerto e o Brasil entrando em ritmo de reformas relevantes, o que baixa o risco do país e abre o apetite para negócios, inclusive com atração de capital estrangeiro.
Ilan destacou a redução da inflação e do juro no dia em que a ata do Comitê de Política Monetária reforçou a chance de corte de mais um ponto percentual em 31 de maio. O gráfico mostra o declínio das projeções do índice de preços considerado oficial no país, o IPCA. O que não mostra, a coluna conta: entre os "top 5" – grupo que mais acerta as previsões – já tem inflação fechando 2017 abaixo de 4%.