Nem só de torcida por crescimento vive a economia. Às vezes, a queda em determinadas medições – como a temperatura no termômetro – é um ótimo sinal. É o caso do Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas (FGV), que em fevereiro voltou ao mesmo nível de maio de 2015, quando começou a subir e oscilar, sem retornar ao momento em que os brasileiros perceberam o tamanho da encrenca que havia pela frentes.
O indicador que tenta medir uma das principais inimigas do investimento recuou 8,5 pontos entre janeiro e fevereiro, passando de 17,3 para 118,8 pontos.No mês passado, foi o menor nível desde maio de 2015 (116,8 pontos).
É importante observar que a medição se concentra no front econômico, mas na avaliação da FGV o resultado “parece refletir notícias favoráveis como a redução da inflação e do juro, além da aprovação da PEC de limitação de gastos públicos para os próximos anos”. O economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV identifica alento mas sugere cautela.
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Fatores não diretamente relacionados à atividade econômica, mas que influenciam empreendedores e consumidores, como os desdobramentos da Operação Lava-Jato e eventuais contratempos para aprovação de novas medidas, como a reforma da Previdência, podem reverter rapidamente a tendência de queda do indicador.
Basta olhar o gráfico para perceber a forte oscilação do indicador nos longos e tenebrosos anos de recessão, iniciados em 2015: houve surtos tanto de desconfiança (setembro de 2015, abril e dezembro de 2016) quanto de expectativas positivas (novembro de 2015, setembro de 2016).