
O Inter precisará resgatar seus melhores dias para sair do Parque Central, em Montevidéu, com condições mais favoráveis de decidir a vaga nas oitavas no Beira-Rio, dia 28. O confronto desta noite com o Nacional-URU começou a se desenhar espinhoso justamente em Porto Alegre, no 3 a 3 do turno. Foi ali que o Nacional começou a voltar para a briga.
Há um dilema na cabeça de Roger entre encorpar o meio e liberar os laterais, ideia adotada nos últimos jogos, ou retomar o modelo campeão gaúcho, com dois extremas e uma dupla no meio.
O momento é de instabilidade, com 11 gols sofridos nos últimos três jogos e baixas importantes, como Enner, Borré e Carbonero, partes de um ataque que vem de escassos gols.
É fato que a decisão do grupo acontecerá na última rodada, mas a sobrevivência pode ficar muito bem encaminhada nesta noite no Parque Central.
Estádio mais antigo da América
O Parque Central no qual o Inter joga a Batalha de Montevidéu nesta noite é um lugar histórico para o futebol uruguaio e, também, para a história do país. Foi ali, naquele terreno, na Quinta de la Paraguaya, que José Gervasio Artigas foi nomeado "Jefe de los Orientales", passo inicial da independência uruguaia.
Inaugurado em 1900, o Parque Central é o estádio mais antigo da América e 16º do mundo. Foi a casa da seleção até a inauguração do Centenário, na Copa de 1930. Foi ali, em 1910, depois de um amistoso do extinto River Plate contra o argentino Alumini, que a camisa celestre foi adotada pelo Uruguai.
A vitória do River no jogo internacional, vestido de celeste, entusiasmou a AUF, que adotou a cor na seleção. O Parque Central viu o Uruguai dar volta olímpica na Copa América de 1923 e recebeu os campeões olímpicos em 1924.
Como o Centenário não ficou pronto a tempo, o estádio do Nacional recebeu o primeiro jogo de Copa do Mundo, em 1930, um EUA 3 x 0 Bélgica. Outros cinco, dos 16 jogos do Mundial, foram disputados ali.
Depois de quase 10 anos abandonado, o Parque Central voltou a ser casa do Nacional em 2005. O estádio recebeu ampliações até chegar, em 2018, ao tamanho atual, para 37 mil pessoas que, nesta noite, transformarão o estádio em um caldeirão.