O presidente Michel Temer começa o ano com uma pendência: o encaminhamento da solução para o juro do rotativo do cartão de crédito, que fechou 2016 em inacreditáveis 482,05%. No anúncio do pacote microeconômico, foi prometida redução da taxa à metade. Parte do absurdo não pode ter descrição mais simples do que um cachorro correndo atrás do próprio rabo: quem fica pendurado no cartão não consegue pagar e dá calote.
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O custo dessa inadimplência é transferido para os demais. Desarmar a bomba de dívidas é urgente para ter chance de recuperar a normalidade ao longo de 2017. Na curta série histórica do Banco Central, que começa em 2011, é possível ver a a taxa quase dobrar, mesmo sem alta proporcional do juro básico. Se a solução fosse simples como a acenada – passar automaticamente do rotativo para o crédito pessoal a partir de 30 dias –, já deveria ter sido implantada.