Sob o impacto da divulgação de gravação entre o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, a bolsa cai nesta manhã de segunda-feira. A queda foi suavizada – já foi de quase 2%, diminuiu para menos de 0,5%, voltou a aprofundar recuo para perto de 1% –, mas outros indicadores também são afetados pelo cenário político. O dólar subiu para a faixa de R$ 3,57, mais de 1% de alta só nesta manhã, e até os juros futuros voltaram a subir, embora de forma mais discreta, em torno de 0,2 ponto, para 12,8%.
O que o mercado reflete é um cenário de dificuldade para o governo interino de Michel Temer. Mais do que apenas um ministro da Esplanada, Jucá é considerado um nome essencial para articular a aprovação das propostas que o governo Temer empacotava para enviar ao Congresso amanhã. Seja pela eventual saída do peemedebista do cargo, seja por sua manutenção em situação de desgaste político, crescem os problemas para uma tramitação facilitada das mudanças que o governo desejava encaminhar com rapidez.
Na entrevista concedida no final da manhã, Jucá atribuiu a reação do mercado ao risco de que ele deixasse o governo. Durante a entrevista, a bolsa amenizou a queda, mas sempre operando com alta volatilidade.