Ser destacado como principal executivo de finanças em um ano como 2015 não é pouca coisa. Nesta quinta-feira, depois de receber o troféu O Equilibrista, do Instituto Brasileiro de Executivo de Finanças do RS (Ibef-RS), o diretor financeiro e de relações com investidores da Grendene, Francisco Schmitt, deu sua visão sobre o próximo ano e como as empresas precisam se preparar para o que vem pela frente: como velejadores em meio a uma tempestade.
No país
''A crise não vai se resolver rapidamente, teremos um 2016 sem crescimento, com a economia caindo, se imaginava que este ano seria de forte queda, com alguma melhora no próximo, mas hoje não é isso que se espera. O próximo será um ano ruim, com todos seus reflexos em termos de renda, consumo, atividade econômica''.
Nas empresas
''A situação está mais favorável à exportação, com taxa de câmbio melhor, e a Grendene é uma empresa exportadora e com modelo de negócio bastante flexível para se adaptar a diferentes cenários econômicos. Será um ano difícil, em que teremos de usar criatividade para manter a empresa crescendo. As exportações não aumentaram em volume em relação ano passado, mas o resultado é muito melhor, dada a taxa de câmbio. Está difícil de aumentar o volume porque toda a América Latina está em crise, todos os países ligados ao ciclo das commodities estão enfrentando desaceleração.''
Como será 2016
''As empresas que até agora não fizeram o tema de casa vão passar por muita dificuldade. É como se diz aos velejadores: não se começa a preparar o barco na hora da tempestade, tem de estar pronto. As empresas que têm processos eficientes, se preocuparam com custos, produtos, com inovação, têm melhores chances. A economia não termina, tem gente que vai ganhar muito dinheiro nestes anos. Mas as empresas têm de estar bem focadas e executar os fundamentos de seus negócios com muita perícia nestes anos. É como um velejador no meio da tempestade.''