Foi com a saída de Douglas Costa que Ferreira recebeu a camisa 10 do Grêmio. O simbolismo é claro: o atacante passou a ser a referência técnica da equipe e, talvez, a principal esperança do clube para voltar à Série A do Brasileirão. Se é nítido que o time explora sua habilidade em busca da jogada individual, é também verdade que ele não passa por uma boa fase.
Simplesmente Ferreira não fez gol e sequer deu passe para gol em 2022. A despeito da lesão muscular que o tirou dos gramados por um mês, o atleta soma oito atuações no ano, sendo seis no Gauchão e duas na Série B, sem qualquer participação direta nos gols do Grêmio.
São quase mil minutos de seca de Ferreira pelo Grêmio. Seu último gol foi anotado ainda na temporada passada, no empate em 2 a 2 com o Flamengo, na Arena, pelo Brasileirão. No total, o camisa 10 não balança as redes há 12 jogos. Já sua última assistência ocorreu no jogo que marcou o rebaixamento, no jogo contra o Atlético-MG.
É bom dizer que não parece certo apontar Ferreira como um problema do Grêmio. Há também uma questão tática a ser analisada.
Como Roger Machado tem mantido o esquema com um zagueiro improvisado na lateral direita (Rodrigues) e um atacante canhoto aberto pela direita, que costuma correr para o meio (Campaz). Ou seja, a equipe fica dependente das jogadas pela esquerda.
Além disso, Ferreira tem como parceiro Diogo Barbosa, que indiscutivelmente passa por uma queda de rendimento técnico. Ou seja, exploração excessiva do recurso individual de Ferreira e uma facilidade maior para os adversários marcarem esta jogada.
Seca do Ferreira pelo Grêmio:
- 0x1 Chapecoense (90 minutos)
- 0x0 Ponte Preta (79 minutos)
- 2x1 Ypiranga (86 minutos)
- 0x1 Inter (32 minutos)
- 1x1 Juventude (53 minutos)
- 2x1 Aimoré (45 minutos)
- 2x0 Guarany (90 minutos)
- 2x1 São José (90 minutos)
- 4x3 Atlético-MG (90 minutos)
- 1x1 Corinthians (90 minutos)
- 3x0 São Paulo (79 minutos)
- 1x3 Bahia (90 minutos)
- 2x2 Flamengo (8 minutos)
Total: 12 jogos (922 minutos)