O que seria da vida se não houvesse esperança? Esse é o questionamento que vai encerrar a última reportagem da série do Jornal Nacional sobre a resistência e a reconstrução do Rio Grande do Sul. Para quem não está acompanhando, vale contar aqui que passei quase um mês percorrendo as regiões mais atingidas e conheci muita gente disposta a seguir em frente.
Mas vamos ao assunto central desta coluna hoje: o que leva uma pessoa a manter a esperança mesmo diante de tanta tristeza? As repostas são diversas, cada pessoa tem um motivo: fé, família, sonhos e por aí vai!
Mas há um ponto de convergência entre qualquer uma das respostas: a vida é um rio que segue o seu caminho. Existem traumas e perdas que nem o tempo apaga, mas – mesmo assim – como é importante ter esperança de que o amanhã será melhor que hoje.
Sem a esperança, a vida não teria sentido. É impossível viver, ser feliz, sair de casa para trabalhar sem ter um pouquinho de expectativa de que algo melhor vai surgir. Assisti a um vídeo que apareceu para mim nas redes de uma entrevista em que a atriz Grace Gianoukas disse que o segredo da vida era entender que nem tudo é para sempre: nem as alegrias nem as tristezas. Então, ela concluía que é bom saber disso para valorizar momentos bons que a gente vive porque eles vão passar também.
Senti vontade ao longo da semana de conversar sobre isso porque nós, gaúchos, estamos passando por um momento tão difícil. É triste demais ver o que aconteceu, mas a gente precisa levar a esperança aonde há o desespero (é isso que diz na oração que eu mais gosto, a Oração de São Francisco).
Hoje à noite, no Jornal Nacional, a última reportagem dessa série especial em busca desses bons exemplos é sobre educação ambiental. Conheci um projeto de “pátios potentes” em escolas de educação infantil de Novo Hamburgo e também acompanhei o lindo trabalho de cuidado no centro de recuperação de animais marinhos da Furg. Muito mais do que superar os desafios de hoje, pensar no futuro exige uma reconexão com a natureza e com o meio ambiente.
E, além de esperança, precisamos retomar nosso orgulho. Mas isso é bem mais fácil. Basta ver a garra de tanta gente, em todas as regiões. Exemplos não faltam, garanto!
Dica: tem programa especial na RBSTV depois do Globo Repórter. É o Pra Cima, Rio Grande.